sábado, 18 de junho de 2011

O pianista cósmico

O Pianista Cósmico

(Por Michelson Borges, citando a revista Diálogo Universitário 5, de 1993)


Imagine uma família de camundongos que tenha vivido toda sua vida em um grande piano. A eles, no mundo de seu piano, vinha a música do instrumento, enchendo todos os lugares escuros com som e harmonia. No início, os camundongos ficavam impressionados. Extraíam conforto e admiração do pensamento de que havia Alguém que produzia tal música, embora invisível a eles. Gostavam de pensar no Grande Pianista que não podiam ver.


Então, um dia, um destemido camundongo resolveu subir na parte superior do piano e retornou cheio de idéias. Ele havia descoberto como a música era produzida. As cordas eram o segredo – cordas firmemente esticadas com tamanhos graduados, as quais tremiam e vibravam. Eles deviam agora fazer uma revisão de suas velhas crenças; ninguém, a não ser os mais conservadores, poderia mais crer no Pianista Invisível.


Mais tarde, outro explorador conduziu a explicação mais adiante. Martelos eram agora o segredo, um número de martelos dançando e saltando sobre as cordas. Essa era uma teoria um pouco mais complicada, mas tudo demonstrava que eles viviam em um mundo puramente mecânico e matemático. O Pianista Invisível passou a ser considerado um mito.


Mas o Pianista continuava a tocar
 O objetivo não é demonstrar que o pianista existe de fato, mas que simplesmente dizer: "Sabemos como funciona, logo Deus não existe" é ingênuo"
Vejo várias vezes absurdos como, "Conhecemos o ciclo da água, logo Deus não existe. Pois Deus não é necessário para que a chuva aconteça".
Isto é equivalente aos camundongos.